Despedida

quarta-feira, 30 de junho de 2010


- Oi, querido...
- Oi.
- É hoje...
- É.
- Está com medo?
- Não.
- Eu não queria que fosse assim...
- Nem eu.
- Mas... Acho que não tem jeito mesmo, não é?
- É. Não tem.
- Posso segurar a sua mão?
- Pode.
- Está sentindo isso?
- Não.
- Você... tá frio.
- Eu sei.
- Por que não fica comigo?
- Não posso.
- Então, me deixe ir com você...
- Não dá.
- Prometo que não vou me esquecer de nada...
- Obrigado.
- Eu que... te agradeço.
- Não chore.
- Desculpe.


- Perdão, senhora, temos que fechar agora.
- Me dê mais um minuto, moço, por favor...
- Tudo bem.


- Querido, chegou a hora... Precisam te levar.
- Tá.
- Eu vou fechar agora...
- Pode fechar.
- Sentirei muita saudade...
- Acredito.
- Vou te amar pra sempre...
- Eu também.
- Adeus, meu amor...


- Moço...
- Ele está pronto?
- Sim.
- Certo. Então, vamos enterrar.


4 comentários:

  1. Rafaela Barbosa disse...:

    Que profundo, Dai. Juro que me assustei no final, eu não imaginava que ele estivesse morto, me surpreendi... Deu até um medinho. Rs!

  1. Oi, Rafa, eu nem sei o que dizer desse conto... Certas ideias que batem... Enfim, foi um momento... Sei lá, plus en moins - mais ou menos. Perder é sempre traumático, né? Mas o interessante aqui é que se percebe o poder de passar informações sobre os personagens, mesmo o texto não tendo narração.

    Beijos!

  1. Marlene Silva disse...:

    Lindooooo, simplesmente lindooo

  1. Marlene Silva disse...:

    lindoooo isie, simplesmente lindoooo...

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