Olá, pessoal. Estava fuçando minhas coisas e encontrei um texto que escrevi em 13 de agosto de 2012, o qual seria postado no dia do meu aniversário, 29 de outubro. Mas como as coisas sempre mudam, e eu gosto bastante dessa imprevisibilidade, resolvi postá-lo hoje. Confiram mais uma das minhas reflexões acerca do tempo.
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Eu me lembro
Sou uma pessoa reconhecida pela boa memória. Me lembro de quando tinha dois anos e esperava meu irmão, de cinco, chegar da escola no final da tarde para podermos brincar. Também me lembro de fazermos meu velotrol de carrinho de sorvete - o que enlouquecia a nossa mãe - e de saltarmos de toda e qualquer parte elevada da casa, fingindo ter a força do Popeye. Me lembro do dia em que pus perfume em meu bolo de aniversário, o que rendeu boas palmadas em meu bumbum, e do dia em que, com o auxílio da mamãe, catei e cozinhei meu primeiro feijão verde, aos cinco anos - sim, é desde pequena que eu tenho aptidão para a cozinha. E logo minhas sopas, doces e bolos, aos onze anos, se tornaram uma tradição familiar. Mas não é só disso que me lembro...
Meus passarinhos conversavam comigo todas as manhãs, meus cachorros dormiam na minha cama, minhas galinhas tomavam banho e eram penduradas no portão, meus ratinhos twister nadavam nos baldes com água morna e todos os meus gatos tinham o pelo aparado. Mas eram os cadernos, repletos de histórias, que revelavam o quanto minha imaginação era fértil. E eu fui estudar num bairro distante, fazer cursos em bibliotecas, pular muros de hotel tentando conseguir autógrafos dos jogadores da seleção brasileira de futebol, viajar com o grupo de teatro e sofrer com as terríveis crises de síndrome do pânico e depressão.
Jasmim... Eu adorava o perfume do jasmim!
Tantas coisas se passaram desde então: boas, ruins, surpreendentes, impactantes... É interessante como me lembro de tudo, e mais interessante ainda como essas lembranças tão vivas e recentes podem parecer tão remotas agora. Eu era criança, devaneava muito acerca do futuro. Como foi que cada um daqueles instantes evaporou, assim, de uma hora para a outra? Tenho a impressão de que apenas pisquei os olhos demoradamente, e o tempo, implacável, voou.
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PS. O avançar do tempo realmente não me entristece, pelo contrário, a cada ano, graças a Deus, a minha vida só tem melhorado. Mas é fato que gosto de refletir sobre ele. Tudo passa tão rápido... Que possamos aproveitá-lo da melhor maneira possível.