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Eu me lembro

sábado, 25 de julho de 2015

Hoje é sábado, 25 de julho de 2015, Dia Nacional do Escritor. Primeiro, pensei em repostar algo sobre literatura, depois, em escrever um post sobre o assunto. Mas terminei encontrando um texto que escrevi há três ou quatro anos e, como falava sobre tempo e minhas memórias, decidi colocá-lo no blog mais uma vez.

Eu me lembro

Sou uma pessoa reconhecida pela boa memória. Eu me lembro de quando tinha dois anos e esperava meu irmão, de cinco, chegar da escola no final da tarde para podermos brincar. Também me lembro de fazermos meu velotrol de carrinho de sorvete - o que enlouquecia a nossa mãe - e de saltarmos de toda e qualquer parte elevada da casa, fingindo ter a força do Popeye. Eu me lembro do dia em que pus perfume em meu bolo de aniversário, o que rendeu boas palmadas em meu bumbum, e do dia em que, com o auxílio da mamãe, catei e cozinhei meu primeiro feijão verde, aos cinco anos - sim, é desde pequena  que eu tenho aptidão para a cozinha. E logo minhas sopas, doces e bolos, aos onze anos, se tornaram uma tradição familiar. Mas não é só disso que me lembro...

Meus passarinhos conversavam comigo todas as manhãs, meus cachorros dormiam na minha cama, minhas galinhas tomavam banho e eram penduradas no portão, meus ratinhos twister nadavam nos baldes com água morna e todos os meus gatos tinham o pelo aparado. Mas eram os cadernos, repletos de histórias, que revelavam o quanto minha imaginação era fértil. E eu fui estudar num bairro distante, fazer cursos em bibliotecas, pular muros de hotel tentando conseguir autógrafos dos jogadores da seleção brasileira de futebol, viajar com o grupo de teatro e sofrer com as terríveis crises de síndrome do pânico e depressão. 

Jasmim... Eu adorava o perfume do jasmim!

Tantas coisas se passaram desde então: boas, ruins, surpreendentes, impactantes... É interessante como me lembro de tudo, e mais interessante ainda como essas lembranças tão vivas e recentes podem parecer tão remotas agora. Eu era criança, devaneava muito acerca do futuro. Como foi que cada um daqueles instantes evaporou, assim, de uma hora para a outra? Tenho a impressão de que apenas pisquei os olhos demoradamente, e o tempo, implacável, voou.

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PS. O avançar do tempo realmente não me entristece, pelo contrário, a cada ano, graças a Deus, a minha vida só tem melhorado. Sou casada há dez anos com meu grande amor, sou mãe de uma linda garotinha e tenho cinco romances concluídos. Mas é fato que gosto de refletir sobre isso. Tudo passa tão rápido... Que possamos aproveitar cada instante da melhor maneira possível. 

[Crônica] Eu me lembro

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Olá, pessoal. Estava fuçando minhas coisas e encontrei um texto que escrevi  em 13 de agosto de 2012, o qual seria postado no dia do meu aniversário, 29 de outubro. Mas como as coisas sempre mudam, e eu gosto bastante dessa imprevisibilidade, resolvi postá-lo hoje. Confiram mais uma das minhas reflexões acerca do tempo.

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Eu me lembro


Sou uma pessoa reconhecida pela boa memória. Me lembro de quando tinha dois anos e esperava meu irmão, de cinco, chegar da escola no final da tarde para podermos brincar. Também me lembro de fazermos meu velotrol de carrinho de sorvete - o que enlouquecia a nossa mãe - e de saltarmos de toda e qualquer parte elevada da casa, fingindo ter a força do Popeye. Me lembro do dia em que pus perfume em meu bolo de aniversário, o que rendeu boas palmadas em meu bumbum, e do dia em que, com o auxílio da mamãe, catei e cozinhei meu primeiro feijão verde, aos cinco anos - sim, é desde pequena  que eu tenho aptidão para a cozinha. E logo minhas sopas, doces e bolos, aos onze anos, se tornaram uma tradição familiar. Mas não é só disso que me lembro...

Meus passarinhos conversavam comigo todas as manhãs, meus cachorros dormiam na minha cama, minhas galinhas tomavam banho e eram penduradas no portão, meus ratinhos twister nadavam nos baldes com água morna e todos os meus gatos tinham o pelo aparado. Mas eram os cadernos, repletos de histórias, que revelavam o quanto minha imaginação era fértil. E eu fui estudar num bairro distante, fazer cursos em bibliotecas, pular muros de hotel tentando conseguir autógrafos dos jogadores da seleção brasileira de futebol, viajar com o grupo de teatro e sofrer com as terríveis crises de síndrome do pânico e depressão. 

Jasmim... Eu adorava o perfume do jasmim!

Tantas coisas se passaram desde então: boas, ruins, surpreendentes, impactantes... É interessante como me lembro de tudo, e mais interessante ainda como essas lembranças tão vivas e recentes podem parecer tão remotas agora. Eu era criança, devaneava muito acerca do futuro. Como foi que cada um daqueles instantes evaporou, assim, de uma hora para a outra? Tenho a impressão de que apenas pisquei os olhos demoradamente, e o tempo, implacável, voou.

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PS. O avançar do tempo realmente não me entristece, pelo contrário, a cada ano, graças a Deus, a minha vida só tem melhorado. Mas é fato que gosto de refletir sobre ele. Tudo passa tão rápido... Que possamos aproveitá-lo da melhor maneira possível. 


Os leitores e suas manias

terça-feira, 29 de maio de 2012



Pra começo de conversa, se você está aqui, visitando o meu blog, é por que gosta de ler, estou certa? Então, se essa é mesmo uma verdade, você, assim como a maioria dos leitores - para não dizer todos -, possui algumas manias típicas de leitor. Eu por exemplo, tenho as minhas, e não são poucas:
  1. Não compro livro pela opinião de terceiros, preciso ler a sinopse, saber sobre o autor, dar uma olhadinha na narração, observar se o livro tem diálogo - porque eu amo diálogos! - e por aí vai;
  2. Antes de começar a leitura, leio a orelha do livro, os dados da editora, a minibiografia do autor e todos os comentários que, porventura, venham nele;
  3. Abro o livro com cuidado para não danificá-lo;
  4. Observo a diagramação e até faço comparações com as diagramações de outros livros;
  5. Prefiro ler na cama, sempre antes de dormir;
  6. Leio capítulo por capítulo e não suporto parar no meio do caminho - por isso também gosto de livros com capítulos mais curtos, assim, leio sem parar;
  7. Quase nunca leio os agradecimentos e, de vez em quando, leio o final.  Mas a mania mais terrível (a pior de todas!) é:
  8. Compro livros sem parar, mesmo que esteja com vários outros empacados na fila da leitura.
Como dá pra perceber, eu tenho muitas manias típicas de leitor. Mas ainda sobra espaço para algumas que eu não tenho: cheirar o livro, colecionar marcadores, comprar vários livros do mesmo autor, terminar a leitura (mesmo que não goste do livro), ler sequências etc. 

No geral, acredito que essas manias não impliquem em impedimentos para a leitura. Eu prefiro ler na cama, mas sempre me pego lendo no sofá, ou em qualquer outro lugar (até mesmo no Shopping, em lojas de roupas), desde que me sobre tempo. Só que algumas pessoas são realmente fixadas nelas e as seguem como um verdadeiro ritual. 

E aí, me conte: quais as suas manias?

Literatura de Fantasia: qualidade ou besteirol?

terça-feira, 22 de novembro de 2011


Bom dia, queridos amigos e leitores! No início dessa semana, fiz uma postagem sobre o fundo de verdade do filme Ratatouille (clique e confira) e algumas pessoas deixaram comentários super positivos no Facebook. Então resolvi falar sobre o fundo de verdade que há em outro filme: As Crônicas de Nárnia. Espero que curtam.

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Literatura Fantástica:
qualidade ou besteirol?


Todo mundo sabe que a bola da vez, a febre atual do mundo literário, é a Literatura Fantástica. Eu realmente não sou fã do estilo, mas gostaria de relatar algo muito interessante a respeito da obra As Crônicas de Nárnia.

Confesso que ainda não li o livro, tinha assistido o início do primeiro filme, mas não cheguei a dar tanta importância. Então, alguns meses atrás, um canal de TV aberta o exibiu e eu resolvi assisti-lo.

Admito que gostei bastante da história, tanto que logo em seguida comprei o livro. Mas, entrando no assunto central, talvez vocês já tenham ouvido falar sobre mensagem subliminar - aquela que é passada por trás dos fatos, algo que poucos percebem ou conseguem captar. Nesse mundo em que tanto lutamos por mais amor e humanidade, o autor da história conseguiu lançar, positivamente, uma dessas mensagens. Na verdade, ele fez uma linda alegoria do sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade, quando narrou a morte vicária do leão.

Na Bíblia, o Messias é chamado de Leão da Tribo de Judá (veja Apocalipse 22.16), da qual pertenceu o rei Davi e de onde a profecia disse que viria o Grande Rei Eterno. Ora, o Leão do filme simbolizava Jesus - que nasceu na família de linhagem real da Tribo de Judá (veja Mateus 1.1-17) -, a Feiticeira e seus súditos simbolizavam Satanás e seus demônios, as meninas simbolizavam Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus, e o menino condenado a morrer simbolizava a humanidade condenada à morte eterna.

Enquanto o Leão era ridicularizado, amarrado, surrado e tinha seu pelo raspado em referência ao vilipêndio do próprio Cristo - que foi preso, surrado, ridicularizado e crucificado nu (sem pelo) -, as duas meninas observavam escondidas e diziam uma a outra: “por que ele não reage?” De igual modo, agiu Jesus, tanto que foi chamado de cordeiro mudo, porque não reagiu (veja Atos 8.32).

O Leão morto foi posto sobre uma pedra. Ao saber de sua morte, seus seguidores entraram em guerra contra a Feiticeira, bem como os discípulos de Cristo, que entraram em guerra espiritual - além de consternados pela morte de seu mestre, ficaram como que ridicularizados e sem esperança. Só que as meninas insistiram em velar o corpo e, assim como Maria Madalena foi a primeira a ver Jesus ressurreto, elas foram as primeiras a vir o Leão ressuscitado, que lhes explicou: “Quando um inocente se entrega voluntariamente para morrer no lugar de um acusado, a pedra é quebrada e até mesmo a morte pode ser revogada”. Ora, um dos primeiros sinais da ressurreição de Cristo, o que aterrorizou os soldados, foi a remoção da pesadíssima pedra que fechava o túmulo de Jesus (veja Mateus 27.66 e 28.1-2), que, por ser inocente, sem pecados, e morrendo voluntariamente no lugar de condenados, também não pôde ser retido pela morte; ela foi revogada.

Admiro a mente do autor que conseguiu de modo tão sutil fazer uma alegoria tão linda com a história do Salvador do mundo. Como se não bastasse tudo isso, no final do filme, o Leão instituiu os humanos como reis de Nárnia - a Bíblia afirma que Deus nos fez reis e sacerdotes através de Jesus Cristo (Veja Apocalipse 1.6) - e foi embora, não para abandoná-los, mas “para guerrear outras guerras” - e Jesus foi assunto ao céu para tratar das nossas causas diretamente com Deus, para ser nosso Advogado (Veja I João 2.1).

Conto tudo isso para dizer que a Literatura Fantástica pode apresentar muito besteirol que, em minha opinião, nem vale a pena reter, mas que existe muita história boa também, construtiva, edificante. Estou realmente começando a me convencer disso.


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[Palavra de fé] Ouvindo seu interior

domingo, 20 de novembro de 2011



Olá, queridos! Muitas pessoas costumam ir à igreja no domingo, então, nesta manhã, resolvo trazer mais uma mensagem de fé ao blog. Contudo, em vez de utilizar citações bíblicas, como de costume, falarei sobre minha experiência, algo que li recentemente no livro A Última Música, de Nicholas Sparks, e também vivi. 

Boa meditação! 

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Ouça seu interior


Faz um tempinho, eu estava me preparando para fazer meus exercícios físicos matinais, quando senti uma vontade muito forte de orar. Claro que não resisti. Peguei meu violão e comecei a adorar, cantando: 
Sua presença é real aqui neste lugar.
Então adorarei, 
Então eu louvarei, 
Então me renderei totalmente a Ti.
Daí, passei a falar livremente com Deus, pedindo perdão pelas minhas falhas, dizendo que gostaria de ter mais momentos como aquele, que aquela experiência não fosse apenas esporádica, mas cotidiana. Pedi que Ele me ajudasse a ser mais constante em orações e busca da Sua presença, a fim de que isso me fizesse crescer em sensibilidade espiritual e assim eu pudesse estar mais disponível a ajudar aqueles a quem Ele me dirigisse para fazê-lo. Depois, passei a orar com meu espírito e, enquanto falava particularidades espirituais com Deus, aconteceu algo que muitas pessoas desejam: eu ouvi a voz do meu Senhor.

Talvez pareça loucura imaginar que alguém possa escutar a voz de Deus, mas, pense comigo, se Deus realmente existe - e eu creio na eterna existência d'Ele -, é natural que se comunique, certo? Pois o homem se comunica, os animais se comunicam e até mesmo a natureza mais rudimentar se comunica. Então, por que somente nós devemos falar no momento da oração? Assim, afirmo que Deus fala, e que nós apenas precisamos aprender a ouvir Sua voz.

Estou concluindo a leitura de A Última Música, de Nicholas Sparks. Esse, embora triste, é um livro muito bonito, que nos ensina a observar melhor as coisas, as pessoas, as situações, e a dar valor ao que merece valor. Mas, você pode estar se perguntando, O que isso tem a ver com "ouvir a voz de Deus"? Explico. É que três personagens dessa história - Pr. Harris, Steve e Ronie - falam sobre ouvir a voz de Deus. Contudo, somente um deles diz ouvi-la: o Pr. Harris. Ah, claro que um pastor diria isso, você pensa. Eu rebato dizendo que não. O Pr. Harris ouve a voz de Deus, porque ele tem sensibilidade para isso. Então, se a questão toda é ter sensibilidade espiritual, como fazer isso? 

Lembra-se do início dessa postagem? Eu comecei pedindo perdão pelas minhas faltas, cantando louvores, adorando e falando livremente com Deus, comunicando meus desejos, revelando minhas necessidades; me tornando sensível à voz do Seu Espírito, que fala comigo através do meu espírito. Ah, agora complicou!, você torna a pensar, Como é que eu posso ouvir o meu próprio espírito? Ora, o espírito humano é, simplesmente, o nosso eu interior. Na prática, sabe quando você passa por uma avenida movimentada e tem uma pessoa sentada, toda suja e mal vestida, no chão? Você sente uma vontade incrível de parar, comprar um prato de comida pra ela, entregá-lo e perguntar se ela precisa de mais alguma coisa, mas está com pressa e não pode parar. Além do mais, e se tal pessoa for perigosa e tentar te assaltar? Nesse momento, você está ouvindo o seu eu interior.

Consideremos aqui esses dois tipos de pensamentos: o de ajudar (lado espiritual) e o de não ajudar por pressa ou medo (lado natural). Ambos surgem no seu eu, mas perceba as diferenças entre eles. Como bem sabemos que a essência de Deus é o Amor, o primeiro pensamento, o de exercer caridade, pode muito bem ser a voz dEle falando em seu interior. Assim como quando alguém nos corrige - seja pai, mãe, amigo (a), namorado (a), cônjuge... - e a gente responde com grosseria, logo em seguida sentimos vontade de pedir perdão. Ei, esta também pode ser a voz de Deus falando aos nossos corações. Por essa razão eu disse que é preciso ter sensibilidade para ouvi-la, porque nós vivemos num mundo altamente palpável, e isso nos distrai daquilo que não o é. Ficamos mais atentos ao plano material e nutrimos muitos medos - de assalto, de admitir que estávamos errados, de mudar, de ser ridicularizados, traídos, caluniados; Jesus não temeu nada disso!

Quer ouvir a voz de Deus em seu interior? Quando tais coisas lhe vierem ao pensamento, quando arderem forte em seu coração, comece a fazê-las. E não fica apenas em doar coisas palpáveis, mas também em orar e telefonar para alguém que pareça distante ou triste, em receber e visitar pessoas que estejam precisando de atenção, em dizer "eu te amo" ou dar um simples abraço.

Sobre A Última Música, eu penso que Pr. Harris sabe ouvir a voz de Deus, que Steve sempre a ouviu, mas ainda não se deu conta disso, e que Ronie, mesmo sem notar, já começou a ouvi-la. Eu, particularmente, tenho me esforçando. Ouça-a você também!

[Crônica] Um fundo de verdade no filme Ratatouille

terça-feira, 15 de novembro de 2011
Um fundo de verdade no filme Ratatouille
Chef Bernard Loiseau X Chef Auguste Gusteau


Ontem assisti ao filme Ratatouille pela primeira vez e confesso que fiquei muito emocionada. Claro que a emoção se deu especialmente por causa do tema "Gastronomia". Faz tempo que não entro numa cozinha profissional para criar e o filme me fez sentir saudade. Bem, mas o motivo da postagem é outro. 

Pra quem não sabe, em Dijon, na França, região de Borgonha, havia um grand chef de cuisine chamado Bernard Loiseau. Em janeiro de 2003, um colunista do Le Figaro, François Simon, publicou uma pequena nota sobre um possível rebaixamento do La Côte D'Orrestaurante de Bernard, tanto no Guia Michelin, quanto no Gaultmillau, nos quais ele possuía nota máxima. 

No dia 24 de fevereiro de 2003, mergulhado em profunda depressão pela severa crítica e sob a tensão de perder uma das suas três estrelas (classificação máxima no importantíssimo Guia Michelin), Bernard terminou cometendo suicídio.


A verdade é que, por ser um chef empreendedor, Bernard vinha sofrendo inúmeras pressões, inclusive financeiras, e que o rumor do rebaixamento em sua classificação nos Guias Michelin e Gautimilau foi a gota d'água que faltava para o rio transbordar. Por fim, a nota do colunista não passava de um boato e o Restaurant La Côte D'Or nunca perdeu nem uma estrela sequer. 


Infelizmente, é fato que em muitos aspectos da vida o homem só toma certas providências quando percebe a existência de uma vítima. Assim, depois da trágica perda de Bernard, os críticos gastronômicos foram abolidos. Agora as críticas viraram opiniões que são feitas por clientes dos restaurantes, pessoas comuns, através de seus blogs ou redes sociais, e não por críticos arrogantes e insuportáveis. Desse modo, Bernard Loiseau foi o último grand chef a morrer por causa de uma crítica.

Mas, voltando ao filme, não sei se vocês notaram, o chef Auguste Gusteau, dono do restaurante em que a história se passava, morreu de tristeza após receber uma crítica severa que lhe tirou uma das estrelas. Quanta semelhança, não? Até mesmo na pronúncia do nome (Gusteau e Loiseau). Achei que foi uma homenagem muito bonita do autor. Pois, assim como a arte de Gusteau prosseguiu através da sensibilidade de um ratinho e do reconhecimento de um crítico ranzinza, a maravilhosa e consagrada arte do saudoso chef Bernard Loiseau permanece firme pelas mãos de sua esposa, Dominique Loiseau, e do próprio legado que ele deixou.


Acesse o site oficial dos Hotéis e Restaurantes Bernard Loiseau.

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Sonhos e Fases do Sono (REM e NREM)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

No fórum para escritores Escreva Seu Livro, temos um tópico criado por Gisela Santana para discutirmos sobre a influência dos sonhos em nossos escritos. Como uma coisa leva à outra - sonhos levam a sono e sono leva à qualidade do sono - terminei falando sobre Os Estágios do Sono. O assunto é bastante interessante, por isso resolvi trazê-lo para cá. Espero que seja útil. 

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Como já deve ter ficado evidente, eu gosto muito de sonhar. Por isso, resolvi falar um pouco sobre o sono hoje. Não que eu seja expert, mas, como às vezes meu sono se torna bastante inconstante, fico sempre buscando o assunto. Então, vamos lá... Pra começo de conversa, o objetivo final do sono não é prover um período de repouso. Diferente do que ocorre durante a anestesia geral, no sono, a frequência de descargas dos neurônios aumenta de forma notável; assim, no decorrer de uma noite de sono, nossos sistemas e funções fisiológicas (cardiovasculares, endócrinas, sexuais, de respiração e temperatura) sofrem alterações. Mas não vamos nos ater a essas coisas agora, nesse momento, desejo mesmo falar um pouco sobre as fases do sono, que é dividido em duas categorias: REM (Rapid Eye Movements - movimento rápido dos olhos) e NREM (Non-Rapid Eye Movements - Não-REM).

     O sono NREM possui quatro fases: Vigília ou Estágio 0 (dura cerca de 5 a 15 minutos); Estágio 1 (quando a melanina é liberada); Estágio 2 (cerca de 45-55% do sono total: diminuem os ritmos cardíaco e respiratório, relaxam-se os músculos - sono leve); Estágio 3 (os movimentos oculares são raros, corresponde de 3-8% do sono total); Estágio 4 (cerca de 10-15% do sono total: ocorre o pico de liberação do GH - hormônio do crescimento - e da leptina; o sono profundo começa até atingir seu pico).

     Bem, como comecei falando sobre sonhos, agora, enfatizarei o sono REM, que corresponde de 20-25% do sono total, período em que ocorre a maioria dos sonhos. Esse é um estágio importantíssimo, que vem após pouco mais de uma hora de sono, e não é contínuo. O primeiro sono REM da noite dura cerca de três minutos; o segundo, dez; o terceiro, quinze; vai aumentando... Muitas pessoas dizem: “Ah, eu sonhei, mas não me lembro, dormi tão pesado...” É evidente que sempre sonhamos, mesmo no primeiro estágio do sono. Acontece que o sono REM é uma fase de sono profundo e intensa atividade. Nesse estágio, guardamos na memória as informações dos sonhos e das coisas aprendidas durante o dia. Assim, quando nos lembramos dos sonhos perfeitamente, significa que tivemos o sono REM. Do mesmo modo, se alguém não se lembra de ter sonhado, pode não estar dormindo bem - mesmo que pareça, pois dormiu pesado.

     Também é comum as pessoas acordarem várias vezes durante a noite, mas algumas não têm noção disso. O sono é interrompido, a temperatura do corpo aumenta, a pessoa suspira e sua... Acordou. Como o sono REM não é contínuo, ela volta ao primeiro estágio de sono e, após um tanto mais que uma hora, torna a ter o primeiro período REM (três minutos). Esse é um sono deficiente e de poucas lembranças. Por isso, amo sonhar e recordar os sonhos - mesmo que me deem a sensação de cansaço, já que o sono REM é um período de intensa atividade das células neuronais -, porque evidencia que dormi bem. E como preciso disso!


Quem é você: Abraão ou Tomé?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

A ciência diz que a fé pode curar e que isso nada tem a ver com espiritualidade. Sabemos que até mesmo uma mentira quando demasiadamente levada à sério, termina se assemelhando à verdade. Cientificamente, se um indivíduo acredita que pode ficar são, seu cérebro envia mensagens ao seu corpo, que produz as condições necessárias para a ocorrência da cura.

Outro fato interessante é o Efeito Placebo, que ocorre quando o paciente é tratado por um medicamento inerte e termina obtendo melhoras e até mesmo a cura. Ele acredita que o remédio “falso” pode ajudá-lo e isso termina ocorrendo. Chamarei esse resultado fantástico de fé natural ou pensamento positivo, através do qual o organismo reage com êxito.

Agora, suspendo uma questão sobre a crença espiritual. A ciência pede prova para os milagres através da fé, e, muitas vezes, não aceita a própria fé como resposta. Então, pergunto: o que acha disso? É certo julgarmos de maneira ferrenha à fé? E, se você crê de algum modo ou em algo, com quem se parece: Abraão ou Tomé?

Tomé, diz a Bíblia, creu porque viu. Não será medíocre essa fé, que crê apenas naquilo em que se pode apalpar?


Definição de Fé (dicionário Aurélio)

"s.f. Fidelidade em honrar seus compromissos, lealdade, garantia: a fé dos tratados. / Confiança em alguém ou em alguma coisa: testemunha digna de fé; ter fé no futuro. / Crença nos dogmas de uma religião; esta mesma religião: ter fé; a propagação da fé. / Crença fervorosa: fé patriótica. / Afirmação, comprovação: em fé do que lhe digo..."


Fidelidade em honrar seus compromissos, ter fé no futuro, afirmação, comprovação... Acaso ter fé em Deus não seria acreditar que Ele honraria com sua palavra? Quando sabemos que o dito por tal pessoa será honrado, precisamos ver o concreto antes de acreditar? Assim já não seria mais fé, seria penhor.


Penhor (dicionário Aurélio)

"s.m. Contrato em virtude do qual um credor recebe, como garantia da dívida, um objeto mobiliário. / O próprio objeto que é dado como garantia. / Fig. Garantia, segurança. // Casa de penhor, estabelecimento onde se empresta dinheiro, mediante depósito de jóias e outros objetos; prego."


Essa é a fé de Tomé, aquela que precisa de caução, da prova antes do evento, o que é contrário ao verdadeiro significado da fé.

Pensemos em Abraão. A Bíblia conta que ele creu contra a esperança. Sendo um idoso de mais de cem anos, casado com Sara, de noventa, creu na promessa de que seria pai de muitas nações. Abraão não precisou de penhor, a certeza da promessa recebida foi a sua fiança, a sua própria caução. E ele recebeu conforme acreditou.


Significado de Fé (Bíblia - Hebreus 11:1)

“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem.”


Seja pelo que a ciência comprova, a fé natural, com a qual o cérebro colabora para a concretização daquilo em que se acredita, seja pela fé espiritual, que não precisa de comprovação científica para acontecer, o poder da fé é real.

Tomé viu e creu, Abraão creu e viu. Tomé foi um dos discípulos de Jesus e é lembrado pela sua fé deficiente. Abraão é conhecido pelo mundo como sendo pai da fé e de muitas nações.

E aí, com quem você quer se parecer: Tomé ou Abraão?


Matutinos, Vespertinos ou "Normais"?

terça-feira, 8 de junho de 2010

É o que me pergunto todos os dias. Por que é tão doloroso ser diferente? Por que não podemos ser aceitos como realmente somos?

Durante anos, venho tentando camuflar a minha realidade, me moldar aos padrões considerados normais pela sociedade. Dizem que a ordem natural é o sono acompanhar a noite, mas o que fazer quando acontece diferente?

Alguns poucos sorteados pela genética subvertem a ordem biológica que regula o ser humano e se descobrem mais acesos para o trabalho quando a maioria já está fora do combate, à noite. Somos chamados de vespertinos e juntos somamos cerca de 10% da população. Os matutinos, que dormem e acordam muito cedo, somam outros 10%.

É bom que não se confunda o ser vespertino com o ser portador de distúrbios do sono. A insônia é caracterizada pelo incômodo do indivíduo que tem dificuldades para dormir; esse não é o caso dos vespertinos, pois conseguem conciliar as obrigações e o ritmo próprio.

Embora as pesquisas mostrem que os resultados para a saúde podem ser desastrosos - o sono diurno não consegue cumprir todas as fases, o que poderia gerar prejuízos à memória, à atenção, ao estômago e ao sistema cardiovascular, além de prejudicar as relações interpessoais e aumentar o risco de acidente -, ainda não se pode afirmar que tais riscos realmente afligirão os vespertinos. É sabido também que os efeitos dos trabalhos noturnos se apresentam geralmente naqueles que o fazem por obrigação, não por predisposição.

Se você apresenta esse discurso: “Que faço para mudar? Já tentei de tudo. Arranjei um emprego diurno e isso não me ajudou muito. Eu trabalhava o dia inteiro feito um zumbi e, à noite, mal conseguia pegar no sono.” - parabéns, acaba de descobrir que é um vespertino. 

Termino esse depoimento com uma frase que para alguns é um incentivo, e, para outros, uma piada: "os serviços 24h aumentam a cada dia".

Atolados...

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Imagine isso quando chove...



Todo mundo sabe que em Salvador faz o maior calor. É verdade que as salas do PAF III possuem ar condicionado, só que nós, os alunos, gostamos mesmo é de usar sandálias - tanto mulheres como homens. Bem, eu ainda não cheguei ao quê da questão. A situação crítica aparece mesmo é quando chove. Aí, não adianta ir à Faculdade de tamanco, salto alto, sapatilha ou tênis; temos que usar botas ou ficamos atolados na lama. Como dizem as línguas afiadas, estudamos muito para chegar à UFBA - alguns se esforçam durante anos -, quando enfim chegamos, encontramos esse tipo de desafio.

Pois é, se você pensa em prestar seu lindo vestibular para a Universidade Federal da Bahia, comece a se preparar. Vale a pena, mas se você pegar alguma disciplina no PAF III... Por isso, eu digo: comprar um par de botas de vez em quando não faz mal a ninguém.