Pirataria de livros

segunda-feira, 11 de março de 2013

Alguns dias atrás, pedi a uma amiga que me enviasse seus arquivos em PDF da trilogia Jogos Vorazes. Logo no início do primeiro volume, percebi que havia algo de errado, pois o texto estava cheio de erros, e perguntei à colega se aqueles arquivos eram originais. Ela me respondeu que não, que eram arquivos traduzidos por fãs quando a trilogia ainda não havia sido traduzida para o português e publicada no Brasil.  

Segundo a minha amiga, existe certa "mafia dos livros", um grupo de pessoas que reproduzem os livros e os disponibilizam na internet. O propósito seria incentivar a leitura, já que muitos não têm dinheiro para comprar livros, que terminam se tornando bem caros às vezes, diga-se de passagem. Mas a verdade é que, em minha opinião, nada, nem mesmo os preços elevados, justifica a "pirataria literária". Existem várias coisas que podemos fazer para ter acesso aos livros, dentre elas:

1) Pedir livros emprestados aos colegas;
2) Pegar livros emprestados nas bibliotecas;
3) Montar um grupo de leitura e dividir os custos entre os membros;
4) Trocar livros no Skoob;
5) Comprar livros usados em Bancas e Sebos;
6) Comprar e-books.  

Resolvi ler os livros pirateados mesmo, porque eu estava apaixonada pela história, e porque, ainda que eu os comprasse, eles demorariam a chegar. Então continuei a leitura, porém, na primeira oportunidade, pedi os livros pelo site extra.com.br - lugar mais barato que encontrei na internet (R$ 62,00 + frete) -, e não me arrependi. A previsão de entrega era de até quinze dias, mas recebi os livros no quinto dia após a compra.


Deixo esse relato para vocês como forma de alerta e conselho. Se vocês, assim como eu, amam a literatura, por favor, respeitem-na. Eu também sou escritora e sei o quanto é trabalhoso escrever e produzir um livro. Demora meses para escrevermos uma história e, às vezes, demoramos anos para revisá-la, editá-la e publicá-la. Assim, se o autor não autorizar a reprodução e distribuição do seu material, não o façam. 

De todos os motivos que eu poderia listar para tentar convencê-los a não piratear e nem fazer uso dos livros pirateados, destaco dois:

1) Consciência e caráter: até a bíblia diz que nós devemos obedecer às autoridades, e a lei - decreto instituído pelas nossas autoridades - diz que pirataria é crime (Lei 10.695/2003);
2) Respeito aos profissionais da área: escritores, editores, revisores, tradutores, capistas e diagramadores trabalham duro e não têm culpa se o processo de publicação e distribuição encarece o livro (cliquem AQUI e confiram a opinião do escritor e editor de livros Leonardo Schabbach sobre o motivo dos elevados preços dos livros no Brasil. Assistam também ao vídeo do Cabine Literária - apenas 2min42seg).


Por fim, pessoal, não faço ideia de qual seja a opinião de vocês quanto a tudo isso que acabei de relatar, sei apenas que somos nós, os amantes da leitura, que podemos ajudar na mudança desse quadro triste da literatura no Brasil. Muita coisa já mudou e melhorou, acredito que boa parte dessa conquista, desse aumento de leitores e de publicações nacionais, seja mérito dos blogs e vlogs literários que cada vez mais ajudam a divulgar e a incentivar a leitura. Se vocês, assim como eu, são apaixonados por livros, sigam o conselho do Dudu (Cabine Literária): doem livros, transpareçam sua alegria pela leitura, participem de eventos literários e ajudem a divulgá-los. No mais, peço: não pirateiem livros sem a autorização dos autores e nem leiam livros pirateados.

Pirataria: copiar, vender ou distribuir o material sem o pagamento devido pelo mesmo ou sem a autorização do proprietário. 

19 comentários:

  1. Unknown disse...:

    pois é baixar livros as vezes é necessário, as caramba quase nunca vale a pena
    lembro que eu fazia muito isso quando era mais nova pq nao tinha dinheiro para comprar a na biblioteca da minha cidade as coisas eram muito ruins
    mas hoje e dia e procuro comprar o ebook na amazon, ou esperar para conseguir o livro
    mas ler em pdf pirata nao mais pq nunca consigo ler no computador, dar dor de cabeça, fora q os livros vem com tantos erros q nem vale a pena ler assim

  1. Unknown disse...:

    Bom dia Isie
    Gostei muito da sua dica,porque eu mesma ja peguei livros que estavam cheios de erros e no final eu nem consegui ler direito.

    bjos

    http://framboesabrazil.blogspot.com/

  1. Raquel Machado disse...:

    Oi flor,
    Muito legal esse seu post. Então eu não costumo baixar livros jáo fiz uma vez mas não gostei pois como vc disse estava cheio de erros e tal...hoje em dia não o faço mais como vc mesma disse temos varias opções ne...e custa caro para quem faz.
    Bjss
    Raquel Machado
    Leitura Kriativa
    http://leiturakriativa.blogspot.com/

  1. Ella disse...:

    Ahhh eu tbm prefiro adquirir os livros originais, não gosto nem dos e-books.
    E essa trilogia é incrível, devorei em poucos dias ;)
    Bjus

    Rafa
    rafaelando.com

  1. Eu concordo que pirataria não é algo legal, mas muitas das pessoas que pegam livros dessa forma acabam comprando os originais, como foi seu caso, pois gostam tanto do livro que o querem em sua estante.
    Mas se essa sua amiga tivesse te mandando os livros que ela havia comprado em PDF, ainda assim seria ilegal, pois livros em PDF não são físicos, é claro, então eles não podem ser repassados, assim ela estaria "tirando" uma cópia do original dela pra você, sendo assim um pirata, igual aos que pegamos na net. kkkkkkkk

    Só espero que um dia os livros sejam mais baratinhos no Brasil, não custa sonhar, né? kkkkk


    Beijão, Isie

    Camila- Ninho de Fogo

  1. Oi, Camila.

    Sei disso, que continua sendo pirataria repassar arquivo comprado, pois é o mesmo que distribuir o material sem a autorização do autor. Embora respeite e pratique, eu não concordo com esse ponto da lei. Acho que, a partir do momento em que paguei pelo produto, tenho o direito de entregá-lo a quem eu quiser.

    Já que o crime está em distribuir e redistribuir o material, lesando os direitos autorais, uma forma de repassar o arquivo sem cometer infração seria dar o e-book ou PDF e parar de fazer uso do mesmo - como se o material fosse físico. Assim, o produto não estaria sendo distribuído, mas passado como um presente - "A" pagou os encargos e "B" está usufruindo.

    Na verdade, essa lei (repasse de produto original) é muito difícil de controlar, além de chata para o consumidor que adora facilidades. Seria legal se o produto viesse protegido e, para utilizá-lo, fosse necessário fornecer uma senha única, a qual expirasse após o primeiro uso, impedindo que a mídia fosse reutilizada - eu e minhas ideias...

    Como você é estudante de direito, segue uma questão que martela em minha mente há algum tempo. Sebos... O primeiro leitor pagou os tributos, mas, quando ele repassa o livro para uma Sebo e ela põe preço nele, não está lesando os direitos autorias? Ou eles deixaram de existir porque o material é físico? Se a resposta para a segunda pergunta é sim, isso não é uma grande hipocrisia, visto que alguém está lucrando sem repassar nada ao autor?

    O.K. Eu jamais poderia estudar direito. Ou terminaria me tornando uma grande ativista, ou seria, como costumava dizer uns amigos meus, a protetora dos “frascos e comprimidos”. Hahaha!

    Beijão!

  1. Hahahaha, Isie, não sei te responder agora certinho, preciso conferir a lei exata pra esse tipo de coisa, pois não tenho muita certeza se "dar" seu arquivo pra alguém, mesmo sem ser cópia é permitido, tenho que ver no código pra poder falar.

    Sobre Sebos, quando você compra um livro, você paga ao escritor, então normalmente você lê o livro, claro, kkkk depois resolve vender em uma Sebo. É justo o preço do livro ficar mais barato, pois ele é usado, da mesma forma que um carro diminui o preço depois da primeira venda. A pessoa que está vendendo o livro pra Sebo está ganhando em cima de algo que lhe pertence, ela comprou o livro. É diferente de passar o PDF, pois assim você estará tirando uma cópia do original, logo o autor deveria receber por essa cópia. O livro físico continua o mesmo, você não está vendendo uma cópia e sim o próprio livro, o autor não pode receber duas vezes pelo mesmo livro. O problema é reproduzir o original. É complicado, mas faz sentido. kkkkk


    As aulas de Direito são sempre assim, alguém sempre fica inconformado com alguma coisa e começa a reclamar e dizer seus pontos de vista, você seria uma dessas pessoas. kkkkk


    Ah, suas ideias são legais sim, mas pense, se alguém fizesse isso das senhas, logo apareceria outra pessoa pra burlar essa senha e deixar o livro livre novamente. kkkkkkk Da mesma forma que tudo é feito no Brasil. kkkk

    Beijooos :)

  1. Olha só, Camila, eu seria mesmo, ficaria indignada com certas posições.

    Eu considero livro e carro duas coisas bem diferentes, pois livro é obra de arte, envolve autoria (compositores, arranjadores, músicos e cantores ganham por execução, ou seja, quem toca a música tem que pagar por ela). Quem regrava uma música precisa pagar pelo direito de regravá-la ou conseguir autorização do autor, e, quando a versão regravada é tocada, os direitos autorais continuam sendo recolhidos. Se a lei fosse semelhante para livro, as Sebos teriam que recolher algum tipo de encargo referente aos direitos autorais.

    Quanto ao PDF ou e-book, penso que, se a pessoa passasse adiante e parasse de utilizá-lo, não seria distribuição; seria semelhante ao que se faz com algo físico: quando vendemos ou doamos um objeto, ele deixa de estar conosco, certo?

    Eu assisti a um vídeo sobre o assunto, o pessoal da Creative Commons explicava que não é errado baixar música na internet, nem copiar CD para uso próprio (computadores domésticos, pen drives, celulares, etc.), mas copiar as músicas e os CDs para vender ou distribuir em grandes quantidades, sim. Desse modo, se o que vale para carro também vale para livro, o que vale para música também valeria para arquivo em PDF ou e-book (poderíamos ter o mesmo arquivo em todos os computadores e tablets da casa) - desde que o produto fosse original. Contudo, isso é especulação da minha cabeça, não li nada sobre. Melhor mesmo seria comprar o livro e descartar as possíveis dúvidas, já que as leis são tão confusas às vezes.

    Ah, você disse bem... Alguém inventaria um modo de burlar a senha, e então seria caracterizado o crime. Tanto quem o fizesse quanto quem utilizasse o recurso seria responsabilizado pela fraude.

    Por fim, tudo que realmente sei é: mesmo querendo acertar, muitas vezes pecamos sem perceber, ainda assim, vale a pena tentar.

    PS. Obrigada pela resposta e pelos esclarecimentos. ;)

  1. É...fácil de entender isso...ainda estou tentando me manter firme com os livros, mas com a música isso aconteceu há muito tempo, quando, depois de 4 meses procurando um álbum que não encontrava aqui, ele chegou por quase R$ 100,00 tendo 6 músicas...complicado, né?

    Mas além dos preços, o mercado de livros é complicado...estou tentando entrar há pelo menos 5 anos...

    []sss

  1. Isie,

    eu falei o exemplo do carro, mas não sei se vale as mesmas coisas pros dois, foi só uma forma de explicar mesmo. kkk

    Eu concordo com você, em minha opinião, se eu comprei o PDF poderia passar pra alguém, da mesma forma que emprestamos os livros físicos, como você disse, mas acho que não é assim que funciona. Tão injusto. kkk

    Beijão

  1. Unknown disse...:

    Não é permitido dar copia,a pessoa tem de comprar o original. Ou seja, mesmo se você passar uma música,de seu celular para outro celular de outra pessoa,isso já é considerado pirataria.
    Bom das opções que você deu apenas uma eu não consigo,que é pegar livros nas bibliotecas.Quando eu morei em Londres e em Tampa,eu costumava fazer isso pelo menos uma vez por semana,mas no Brasil tem muitas cidades que não tem bibliotecas, e se tem infelizmente ,falta livros de todos os gêneros . Semana passada comprei 4 livros fantásticos em um sebo praticamente novos, e bem novos,só pra você ter uma idéia paguei 9,90 no meu " A Rainha da Fofoca - Fisgada " da Meg Cabot.Vale muito a pena.
    Agora falando sobre ebooks no Brasil até que os preços estão bons.
    Comprei um lançamento e paguei 14 reais.
    Acho que vale a pena comprar ebook só se no Brasil , a idéia vai dar certo.Eu gosto bastante do livro físico (papel),então muitas vezes compro os livros.
    Adorei seu post vou ver se domingo faço um post falando dos livros que eu comprei no sebo.
    Boa semana.
    Mariana - Worldoftorivega

  1. Angela Graziela disse...:

    Um tema muito polemico, pois tem gente que realmente le bastante esse tipo de livro
    E os livros realmente são bem caros no Brasil, até mesmo os ebooks
    Mas eu prefiro esperar o livro cair na minha mão kkk

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com.br

  1. Nicole Siebel disse...:

    Oi, Isie. Confesso que quando eu era mais nova já li alguns livros baixados da internet... Algum tempo depois, comprei os títulos lidos e tenho até hoje. Nunca gostei de fazer isso, pela questão ética envolvida e porque detesto ler em computador... Mas quando eu era menor, apesar de frequentar bibliotecas, alguns títulos que eu queria ler não estavam disponíveis e meus pais nem sempre podiam comprar pra mim. Então, eu lia na internet e esperava alguma feira de livros ou pedia de presente. Hoje eu compro ou pego emprestado todos os livros que leio. Só o que faço é cópia em versão de xerox no caso de livros que estão esgotados na editora (e isso no caso de eu não achar em sebo - e tem livros da faculdade que eu realmente não encontro nem na estante virtual).
    Fico meio dividida com essa questão da pirataria, porque até mesmo grandes escritores, como Neil Gaiman, não são contra ela e afirmam que quem baixa o livro da internet e gostou da leitura acabará comprando a obra (que é o que aconteceu comigo).
    Por outro lado, como você colocou, nós que escrevemos temos muito trabalho para produzir um livro e publicar.É o nosso trabalho e merecemos receber por isso. Não vejo uma solução muito rápida para essa questão... Não sei se apenas baixar o preço dos livros seria suficiente (um livro bom custa, atualmente, uma média de R$30,00 numa livraria física e eu, particularmente, não acho que seja um valor absurdo, apesar de muitas pessoas reclamarem).
    Enfim, essa questão dá muito pano pra manga! Mas é sempre interessante discuti-la e ver as diferentes opiniões a respeito.
    Beijos,
    Niki,
    http://www.meigaemalefica.blogspot.com.br

  1. Flor eu acho que adquirir um livro, principalmente um nacional é uma forma de incentivar tanto o autor quanto a própria literatura. Como tantas outras coisas com os livros também acontece pirataria como você mesma contou. Eu naturalmente já não gosto de ler na net, e ler ebook pirateado então de jeito nenhum! É algo muito ruim, imagina uma pessoa escrever um livro durante um ano ou dois pra descobrir que ele foi espalhado na net sem que ela possa ter controle? É muito triste para um autor. Parabéns pelo post!

    (desconstruindoaspalavras.blogspot.com.br)

  1. Joyce Gadiolli disse...:

    Oi Isie,
    Esse assunto é muito importante. A pirataria pode destruir os sonhos de muitos autores e é uma atitude nada legal que nós, amantes da literatura, devemos evitar. Afinal, sempre tem promoções de livros pela internet ou podemos pedir emprestado.
    bjs

    Entre Páginas e Sonhos

  1. Camila disse...:

    Tenho muita dificuldade em achar alguém para emprestar livros. Eu simplesmente não leio, e raramente posso comprar um sabe? Fico na vontade,mas não pirateio :)

  1. David Costa disse...:

    Já tinha visto esse vídeo do Cabine, e realmente gostei, é uma pena que os livros sejam tão caros em nosso território por serem tão poucos vendidos. No entanto, com o passar dos tempos podemos perceber que o número de leitores está aumentando, e quem sabe daqui muitos e muitos anos os nossos "bebes" não estejam em um valor mais adequado para o nosso bolso! E assim, não teremos esse problema com a pirataria.

    David - Leitor Compulsivo

  1. Paloma Viricio disse...:

    Nossa que doidera essa de pirataria de livros. Nunca gostei de ler livros em PDF e nem nada...gosto de comprar mesmo eles e enfim...pirataria não perdoa.
    Beijos!
    Paloma Viricio- Jornalismo na Alma.

  1. Unknown disse...:

    Eu não gosto muito de ler livro em PDF; já li, mas sempre que tenho a oportunidade compro o livro físico. Não tem prazer melhor que tê-lo nas mãos, passar as páginas. Acho que o autor merece respeito, não é mesmo culpa dele que o preço dos livros no Brasil seja alto demais: aliás, leitor que é leitor sempre consegue encontrar um jeito de comprar um exemplar, a maioria das edições não ultrapassa 40 reais. Então, abaixo a pirataria! O leitor merece uma leitura de qualidade.

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