Mário e os DVDs

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Leitores e amigos, queridos! Vocês se lembram do Vilson? Sim, Vilson e a Pasta de Mário foi o primeiro conto que postei aqui no blog. Bom, esse Mário é aquele mesmo Mário, o amigo de Vilson. Penso em criar uma série sobre esses dois amigos, por enquanto, são apenas dois contos. Espero que vocês se divirtam bastante com eles, dois personagens superunidos e, ao mesmo tempo, totalmente diferentes. Boa leitura!

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          Aquele era um grande lançamento. Todos os dias, Mário ia até a locadora da esquina para saber se o filme já estaria disponível. Foram semanas nessa batalha angustiante, mas o DVD sempre estava locado. Por fim, convencendo o gerente da loja, o rapaz conseguiu se incluir na disputada lista de espera.

          Faltavam vinte e cinco dias para o tão sonhado filme chegar às suas mãos, visto que cinquenta pessoas, com direito a desfrutar daquele precioso DVD apenas por doze horas, estavam à sua frente na lista da locadora.

          Dia após dia, Mário suspirava, ansiando por assistir ao filme. Passava na loja de vez em quando, só para ter certeza de que tudo corria bem. Sonhava que acontecesse alguma desistência e seu nome pulasse ao menos uma linha à frente; mas, mesmo que aquilo acontecesse, sabia, o gerente era ferrenho, não o favoreceria, com certeza telefonaria imediatamente para o nome seguinte da lista.

          Quando a vez de Mário enfim chegou, ele passou no Shopping e providenciou um aparelho de DVD novo, o melhor de todos, para não correr o risco de perder sua preciosa chance, devido aos corriqueiros defeitos do seu antigo eletroeletrônico.

          Instalou o aparelho rapidamente e apertou o botão open/close. Nada aconteceu, o painel estava apagado. Mário tentou outra vez... Foi inútil. O que estaria acontecendo? Meio nervoso, ele verificou a instalação; tudo perfeito, todos os cabos conectados no televisor. Então, por que o maldito DVD não funcionava?

          Mário começou a apertar todos os botões do aparelho. Apertou com tanta força, que terminou por machucar as pontas dos dedos. Tantos dias de espera, tanto dinheiro empregado naquele DVD, para quê? Simplesmente, para ficar frustrado, como jamais seria se tivesse esperado aquele filme passar no canal aberto de TV.

          Um calor tomou conta de Mário que, furioso, olhou para a capa do DVD, depois para o aparelho. Se ele não podia assistir ao filme, ninguém mais naquela locadora de vídeos poderia.

          Mário abriu a capa do DVD, pegou a mídia e, como se saboreasse um delicioso pedaço de torta, partiu-a em pedacinhos. Depois, ainda mais enraivecido, tomou o aparelho de DVD nas mãos para, certamente, jogá-lo no chão. Foi então que Mário percebeu a grande bobagem que havia feito.

          Arrependido, ele se sentou no chão e chorou como criança. O DVD não tinha nenhum problema, Mário simplesmente havia se esquecido de conectar sua tomada à eletricidade.


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