Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil e mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex.
Mudar-se para Krósvia pode ser tentador - dever ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha -, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor na Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro.
A não ser... A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam.
Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que - ao mesmo tempo - nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.
Resenha
Ana tem vinte anos, estuda Direito, mora com a mãe, Olívia, em Belo Horizonte e sempre pensou que seu pai abandonou o relacionamento quando descobriu que ia ter um filho, mas ela termina sendo surpreendida ao receber uma mensagem em inglês pelo Facebook de um homem que acredita ser seu pai. Confirmada a história de que sua mãe fugiu ao descobrir que estava grávida, e não foi abandonada pelo namorado, Ana se vê na posição de decidir entre permanecer no Brasil ou passar alguns meses na Krósvia, país europeu regido por seu pai, o rei Andrej Markov.
Chegando na Krósvia com o objetivo de passar seis meses, a fim de conhecer as raízes de sua família paterna, Ana dá de cara com um país lindo, pessoas muito agradáveis e Alex, enteado do rei Andrej, que não parece nem um pouco amistoso com a chegada dessa nova estranha - e possível charlatã - ao palácio e às suas vidas.
Decepcionada, essa seria a palavra para definir meu estado após ler Simplesmente Ana. Confesso que esperei bastante do livro, mas a decepção não foi por isso, e sim pelo que encontrei. No início, a história estava superinteressante. A narradora já era meio chatinha, porém o contexto geral era bem agradável. Dei algumas risadas, fiquei empolgada com os cenários muito bem descritos. Contudo, no momento em que Ana se assumiu apaixonada por Alex - não considero essa informação como spoiler, já que fica subentendido na sinopse que esses dois possivelmente formarão um par romântico -, a história fugiu do contexto original (menina sem pai que descobre ser uma princesa) e se transformou numa versão menos sexual de Cinquenta Tons de Cinza (menina desajeitada que não tem experiência sentimental, só pensa em sexo spoiler a seguir embora seja virgem fim de spoiler, descreve as roupas e a beleza do cara o tempo todo, fica repetindo que se chama "Simplesmente Ana", etc.).
Quanto ao trabalho da editora, tenho a dizer que ficou muito bom mesmo. A capa é linda! A diagramação é simples, o tamanho da fonte agradável à leitura e as páginas amareladas no padrão da Novo Conceito. A revisão também foi boa, apenas encontrei uns três errinhos mais perto do final. Sobre a técnica da autora, ela escreve bem, só precisa bolar uma história melhor para desenvolver. E ela me irritou com o fato de quase todos os personagens (Ana, Alex, Andrej...) dizerem "né?" nos finais das frases. Existe essa expressão "né?" em inglês? Porque o livro é praticamente todo falado em inglês.
Não foi uma leitura muito proveitosa para mim, fiquei feliz por terminá-la, com sensação de vitória mesmo. Venci mais um desafio. Então recomendo a leitura a pessoas que gostaram de Cinquenta Tons de Cinza, pois a Ana de Simplesmente Ana realmente parece ter sido inspirada na Anastasia Steele.
Classificação:
Curiosidades Gastronômicas
Como extra, trago esclarecimento acerca de duas informações equivocadas sobre gastronomia passadas no livro.
1) Para que o arroz fique soltinho, nunca coloque água quente sobre ele. Tanto a água quente quanto o mexer a preparação faz com que o arroz libere mais amido, deixando-o papado;
2) Ana encontrou farinha de mandioca da Bahia na Krósvia. Nada contra, a história é de quem conta. Mas para que vocês saibam a realidade, a farinha brasileira - além de muito cara - é rara na Europa. Na França, por exemplo, berço gastronômico mundial, a farinha de mandioca mais encontrada é a produzida na Nigéria, grande distribuidor da região.
Isie, eu tenho muita vontade de ler esse livro, até porque um conto de fadas sempre é bom e tenho curiosidade de ver como a Marina escreve!
quando quiser passe no meu blog, sua presença e de seus leitores é sempre bem vinda! http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/