Aproveitando o incentivo de Leonardo Schabbach - escritor, blogueiro e editor - em sua postagem sobre composição de personagens, resolvo contar parte da minha experiência mais recente.
Embora tenha aprendido a criar personagens como um
exercício, observando o comportamento de amigos, familiares e pessoas que nem
mesmo conheço - sem que haja um objetivo direto -, prefiro dar vida a
personagens que fazem a história se moldar a eles. Então, falarei sobre o método
que utilizei para criar uma das personagens mais complexas do meu livro em
andamento, o romance Entre
a Fé, a Razão e o Coração.
Antes de iniciar o processo de criação, pensei na
história. Imaginei a quantidade de personagens centrais, o local onde se
passaria e o enredo principal; então, comecei.
A violinista Christina Fragiolli
Em primeiro lugar, escolhi o nome. Eu queria algo
sério e, ao mesmo tempo, fácil de apelidar, para que a relação com o leitor
fosse íntima nesse sentido. Depois, decidi qual seria a idade dela, o estado
civil e a profissão - sem muitas pesquisas, apenas para encaixar o dado na
história. Em seguida, moldei os laços sociais - pais, irmãos, tios, avós,
amigos... -, bem como a naturalidade, a descendência, a posição financeira da
família e o ambiente em que ela viveu desde a infância até a fase adulta.
A partir daí, tracei o perfil psicológico - traumas, temores, anseios,
sentimentos reprimidos, temperamento, manias, fobias... Só então, cheguei à
descrição física.
Nesse momento, percebi que a vida de Christina
Fragiolli já estava formada, era preciso apenas adicionar detalhes
sobre a profissão, personagens secundários e acontecimentos interessantes; tudo
girando em torno dela.
Claro que romances possuem uma estrutura bastante
complexa. A vida de cada personagem é apenas parte de um grande emaranhado de
subenredos. Cabe a nós, escritores, saber como cruzar e descruzar, bagunçar e
arrumar essas nossas criações.
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